Ao escrever a sugestão anterior, lembrei-me que muitas candidaturas já pereceram por causa de pesquisa eleitoral fajuta ou mal feita, por incompetência ou má fé mesmo. Neste segundo caso, a pesquisa eleitoral é "encomendada" para empolgar a militância, atrair investidores e impressionar adversários. Em alguns casos - por conta de fatos aleatórios - o prognóstico acaba acertando, mas é uma exceção.
Lembro da eleição de 1990, quando o empresário Chagas Neto foi candidato a senador. Era uma campanha grande e a pesquisa de então o apontava "eleito", com uma diferença abismal entre os demais adversários.
Conta-se que na véspera das eleições, o "senador" Chagas Neto teria fretado um jatinho e ido acompanhar a apuração das urnas a partir do Ceará. Eu estava participando da apuração como delegado de partido e a orientação era que acompanhássemos a abertura de urnas em diversas juntas de apuração: "Não fiquem em uma mesa só, circulem", foi a ordem do coordenador do partido.
A apuração avançava e nada dos votos do Chagas Neto aparecerem. No calor intenso do ginásio Cláudio Coutinho, onde se concentravam as mesas de apuração e emissão de boletins, a esposa do "senador", Bené Chagas (já falecida), corria de junta em junta, de mesa em mesa, gritando: "Cadê os votos do Chagas? Cadê os votos do Chagas?"
Os votos não apareceram, tomaram "Doril". E Chagas Neto, derrotado pelas pesquisas (falsas) e pelas urnas (verdadeiras), teve uma derrota acapachante e ficou uns tempos sumido de Rondônia.
O pior é que a lição não foi aprendida pelos demais candidatos até hoje. Gente de memória curta. (Ilustra JBoscocartoons.Blogspot.Com)
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