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12 de nov. de 2014

ANTROPOFAGIA CABOCLA

Eu já tinha visto o quadro, mas não tinha parado para observar os detalhes. A obra do artista plástico e cartunista do Diário da Amazônia, João Zoghbi, está exposta no restaurante Amadeu's, ali na avenida Farquhar com Carlos Gomes e mostra aquilo que outro artista - este da música - Sílvio Santos, o Zé Katraca, chamou de "Guernica Beradera".

É olhar com cuidado e você vai vendo o que é  ostensivo e imaginando o subentendido, que só o autor pode explicar esta parte da obra. E por falar em parte, vou mostrar três fotos do quadro. Prometo levar uma câmera decente e fotografar a obra por inteiro.

 Logo em primeiro plano, uma anta sob os trilhos e vários outros símbolos
Aqui, a chaminé representa o "Tio Sam", nacionalidade do dono da EFMM; 
o sino, com uma boca escancarada, cheia de dentes;  
um negro, provavelmente representando os caribenhos, com outro símbolo da praça: 
os pombos. Embaixo, um cabo de guerra entre "os 'palhaços' da cultura e os políticos", 
como explica o Zoghbi
O artista homenageia o coronel "Teixeirão", o retratando como o maquinista que salvou a Madeira-Mamoré de ser literalmente derretida como sucata (Foto JCarlos)

16 de set. de 2014

A PONTE, AINDA

Vejam como foi a transmissão da inauguração da ponte, que fiz pelo Twitter, ontem.
* Inauguração da ponte sobre o rio Madeira. Foguetório de comício
* Prefeito de Humaitá o + aplaudido. Ivo Cassol vaiado.
* Hino Céus de Rondônia foi tocado em ritmo de samba e não no arranjo oficial
* "Ponte da cidadania", diz Marco Antônio, secretário chefe da Casa Civil de RO
* "Elo de união" diz Marco Antônio e pede q ponte seja denominada "Marechal Rondon"
* Mauro Nazif é vaiado. Não param os apupos
* Nazif pede iluminação da ponte. Entrega pedido ao ministro Paulo Passos
* Prefeito de Humaitá - AM Ednei Lobo diz que doentes vem para "Rondonha"
* Miguel de Souza lembra q ordem de serviço da ponte foi dada em 2010
* Miguel diz que ponte de Abunã já começou a ser construída
* Miguel antecipa a fala do ministro e anuncia urbanização das cabeceiras da ponte
* Senador Valdir Raupp diz que a ponte é de grande "envergadura"
* Raupp anuncia conclusão dos
Senador Odacir Soares diz q ideia da ponte é de 1998
* Odacir lembra q atraso da construção da ponte for por causa de "picuinhas" dos balseiros
* Odacir lembra Farquhar, Rondon, Aluízio Ferreira e Teixeirão
* Assinatura da OS para conclusão das obras dos
Ministro Paulo Passos anuncia obras de iluminação e urbanização da ponte
Passos anuncia obras de 9 km de vias urbanas, conclusão dos , contorno norte e ponte binacional
* Diário da Amazônia "fura" Diário Oficial da União publicando licitação do porto de Guajará primeiro
* Ministro diz que rio Madeira pode se transposto em um minuto
* INAUGURADA
*

9 de jul. de 2013

4 DE JULHO, DIA DA DISCÓRDIA

Voltam a digladiar os historiadores Francisco Matias e Antônio Cândido. O assunto: a lenda de que o início da cidade de Porto Velho foi dia 4 de julho de 1907, data em que se comemora a  independência dos Estados Unidos da América, país dos construtores da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
O texto de Francisco Matias, publicado dia 4 de julho, no Gente de Opinião, traz como principal argumento uma foto legendada com a data de 1907.
A "foto" que recua no tempo (foto: Dana Merrill editada)
Antônio Cândido, rebate a informação, com base em textos do Manoel Rodrigues Ferreira (Ferrovia do Diabo) e do Charles A. Gauld (Farquhar - O Último Titã) e de Rose e Gary Neeleman (Trilhos na Selva).
Eu, caboquinho do Vale do Mucuri que quase nada sei, apenas pergunto: se o Dana Merrill, fotógrafo contratado para documentar a construção da ferrovia, aqui chegou em 1909, conforme todos os registros sobre o trabalho do nova iorquino, como ele poderia ter tirado a fatídica foto em 1907?

13 de mar. de 2013

VERDADE VERDADEIRA, SEM DÚVIDA

Trecho de um texto publicado no saite Rondônia Dinâmica: "(...) Hermínio disse também que a Assembléia Legislativa sempre foi mal falada, mas está mudando na atual legislatura. (...)."
É verdade. 
Mudando da rua Major Amarante para a avenida Farquhar.

1 de ago. de 2012

UM CENTENÁRIO DE DESAFIOS

A história da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré tem seu início no exterior. Uma guerra que custou à Bolívia o território ao longo do litoral do Oceano Pacífico, fez com que os bolivianos buscassem uma alternativa para exportar a produção de castanha, do caucho e do látex da seringueira. A saída pelo rio Madeira era a opção mais natural e viável, apresentando como fator de dificuldade as 17 corredeiras existentes entre as localidades onde hoje se erguem as cidades de Porto Velho e Guajará-Mirim.

Esforços foram desprendidos em muitos países para tornar a ferrovia possível. Capital inglês, projeto e execução de norte-americanos e mão de obra de todo o mundo, inclusive do Brasil. A construção da ferrovia foi cercada de tropeços jurídicos, suspeita de sobre preço, insinuações de suborno a funcionários públicos brasileiros e, até, trabalho escravo. As milhares de mortes atribuídas às doenças ataques de índios e por execução por parte dos guardas da empresa são outro capítulo trágico nesta história.

A ferrovia foi concluída em 1912 e, pouco depois, entrou em decadência. O preço pago pela borracha colhida nas selvas amazônicas era superior àquela das plantações da Indonésia, com árvores nascidas de sementes contrabandeadas da Amazônia. Os custos de manutenção dos seringais e do frete ferroviário, fluvial e marítimo inviabilizavam o negócio. Logo depois, o “crack” da Bolsa de Nova Iorque agravou a crise.

O controle acionário da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré mudou das mãos do chamado Sindicato Farquhar para os financistas ingleses, que não conseguiram sobre erguer a ferrovia. Em 1931 o governo brasileiro assumiu definitivamente o controle da empresa, colocando na sua direção o major Aluízio Pinheiro Ferreira. A situação econômica precária não acabou, tendo o Governo Federal que injetar recursos para o pagamento dos funcionários, para a manutenção da via permanente e do material rodante, além do subsídio para o preço das passagens e do frete de cargas. Considerada um verdadeiro milagre da Revolução Industrial em plena selva, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré foi definhando pouco a pouco.

Em 1966 o presidente Castelo Branco assinou decreto extinguindo a velha ferrovia assim que ficasse pronta uma rodovia entre Porto Velho e Guajará-Mirim, substituindo a estrada de ferro. Em 1982 dois trechos da Ferrovia foram recuperados para fins turísticos. Um ligando Guajará-Mirim ao distrito de Yata e entre Porto Velho e a vila Paulo Leal, na estrada de acesso à vila da Cachoeira de Teotônio. A Madeira-Mamoré morreu outras vezes e também teve tentativas de ressurreição sucessivas.

Hoje há projetos sob responsabilidade das empresas que constroem as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau para a reativação de pequenos trechos, com fins turísticos. A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré faz cem anos com todo o peso que a idade trás, especialmente quando o “ancião” centenário teve uma vida devassa e de exageros. Nasceu mal, viveu pior, mas sobrevive na memória das pessoas que viveram a história ou que se interessam por ela. Publicado no Gente de Opinião - 01/08/2012 (Foto JCarlos / 03112010)