16 de set. de 2014

PESAR

Lamento a morte trágica do professor de História Emmanuel Gomes, ocorrida hoje em Vilhena. Ele foi professor dos meus filhos no Colégio Classe A. Lembro dele ter-me convidado para assistir a uma aula sobre História Regional, que seria ministrada em um dos barcos que fazia o passeio da Madeira-Mamoré à cachoeira de Santo Antônio (barco Cmt. Ribeiro), no rio Madeira. Aceitei e fui ouvindo as explicações rio acima.
Quando bordeávamos a ilha do Presídio, o professor Emmanuel disse que ali havia uma cadeia para presos políticos, encarcerados pela Revolução de 1964. Citou entre aqueles detidos ali o jornalista Paulo Queiroz.
Achei estranho, pois tinha trabalhado com o Paulo e ele me contou porque veio para Rondônia, escapando do movimento armado anti-ditadura, que tinha tentado cooptá-lo (depois conto esta história), mas nada de prisão. Telefonei para ele, que respondeu assim: "Caboco, o mais perto de penitenciária que cheguei, foi quando minha mulher foi diretora de uma". Pronto. O presídio da ilha de Santo Antônio despertou meu interesse.
Mas foi só em 2005, quando eu morava em Brasília, que a Nilza Menezes lançou um livro sobre o presídio da ilha, mostrando quem eram os hóspedes do lugar. Depois conversando com outras pessoas, soube que os poucos presos políticos de 64 ficaram trancafiados onde hoje é o comando da 17a. Brigada.
Não acreditei mais no professor Emmanuel.

Um comentário:

marrocos46 disse...

Zé Carlos, o Miguel Roumiê declarou que o presídio foi construído durante a gestão dele como Secretário de Segurança (não sei o período), e que foi desativado entre outras coisas devido aos 'excessos' policiais no tratamento de presos comuns.