8 de set. de 2008

POESIA "O DIREITO-TORTO"

Abro as postagens com uma poesia que me foi enviada d'além mar pelo Rui Ferrão Lucas, cujo texto, de Gaudêncio Carneiro, é contemporâneo ao casarão de Santo Antonio, que não estava lá...

Um homeopatha sou,

Tenho essa satisfação!

Se me chamam logo vou

Co'esta botica na mão!


Oh!que grande descoberta,

Pasmosa de raridade!

Co'ella toda a gente acerta

A curar a humanidade!


E tambem a enriquecer

Sem as aulas ter cursado!

Basta n'um guia mexer,

Está-se logo formado!


E formado duplamente

Em pharmacia e medicina!

Quem quizer que exp'rimente,

De seu terá uma mina!


Medico de fresca data,

Basta n'um guia mexer,

Eil-o tambem homeopatha,

E homeopatha a valer!


E nenhum tempo é preciso

Para se obter clientella:

Nos labios basta um sorriso,

E a taboleta á janella!


E se algum doente estica,

Ninguem n'isso inda pensou:

Com consultorio e botica,

Um homeopatha eu sou!


De Gaudêncio Carneiro,Lisboa,1878

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