6 de nov. de 2008

LIVROS

E por falar em leitura, sou um leitor compulsivo. Leio tudo, de bula de remédio à Bíblia. Faço algumas ressalvas a livros de auto-ajuda, uma ou outra biografia, mas geralmente leio o livro de capa a capa. Estou tendo uma experiência fascinante com a Mar. Ela precisou ler uma parte do livro "Os Sertões", do Euclides da Cunha, para um trabalho acadêmico e se apaixonou pelo autor e pelo tema - A Guerra de Canudos. Não prestou, pois também sou apaixonado pelo mesmo assunto, aí a leitura dela não avança. Ela pára de ler para comentar alguma passagem e lá vou eu fazer a contextualização histórica do acontecimento... Cheguei à Guerra de Canudos por uma via dúbia. Ganhei alguns livros sobre as revoltas populares entre eles, Canudos. Li antes dos 'Sertões' o livro "No Calor da Hora", da Wanilce Galvão, falando sobre a cobertura que a Imprensa fez do evento e como o Governo Federal exercia a censura sobre os despachos do correspondentes, que eram transmitidos pelo telégrafo (os Correios de quem são?). Aí não parei mais. Tenho uns doze livros sobre o assunto e agora a Mar me atiça mais a curiosidade. Um outro detalhe que ela enfatiza é a facilidade que Euclides da Cunha tinha em explicar tudo, desde geologia, morfologia, clima, psicologia humana e as descrições . Eu disse que o Ensino naquela época era ENSINO e não esta enganação que é agora.

Um comentário:

Anônimo disse...

Euclides da Cunha não nasceu no sertão, mas foi antes de tudo um forte. Enfrentou dias no quase insuportável calor de uma das regiões mais inóspitas do Brasil para deixar para todos nós, brasileiros ou não, uma verdadeira obra Literária que há mais de 100 anos se mantém atual. Senti uma pontada de vergonha por até três meses atrás ignorar tal genialidade da escrita. Satisfazia-me ser apaixonada por Machado de Assis, minha referência clássica da Literatura Brasileira. Não, a obra Machadiana continua em seu lugar na minha adoração e admiração, de lá ninguém a tira. Euclides da Cunha é um outro texto, é outro estilo, é um repórter da realidade, é um narrador perfeito, é um profundo conhecedor do homem, do ser.
Um escritor que consegue se despir de qualquer preconceito para observar minuciosamente o outro, narrar detalhes da sua personalidade – as boas e as ruins –, ponderar as divergências e convergências, respeitar idéias e ideais, para dizer o mínimo, deveria ser o objetivo de todo comunicador social, como o foi o imortal Euclides da Cunha.

Marcela