26 de dez. de 2011

PESAR

Lamento o falecimento do Isaac Bennesby. O conheci pouco depois de eu ter chegado a Rondônia. Isaac era, para mim, o símbolo de Guajará-Mirim e ele foi punido por isso, ao asfaltar a BR-425 com recursos da prefeitura, para tirar seus munícipes do isolamento na época do inverno amazônico, teve que devolver o dinheiro tirado do seu próprio bolso.
Uma reclamação do Isaac é que as pessoas de Porto Velho iam a Guajará-Mirim e nem gastavam dinheiro com um cafézinho, sequer. "Vão gastar tudo no 'outro lado', não deixam um centavo aqui para nós". Em outra ocasião, no governo do Osvaldo Piana, um grupo de jornalistas foi convidado a acompanhar o governador em evento na "Pérola do Mamoré". Após as solenidades atravessamos para "La Banda" e fomos às compras. Um colega, após escolher um monte de tranqueira foi pagar com cheque do Beron (Banco do Estado de Rondônia, para quem não lembra). O boliviano recusou o pagamento aos gritos:
- Cheque de trenzinho, no! De trenzinho, no! (Havia a foto de uma locomotiva, em marca d'água, nas folhas dos cheques)
Isaac Bennesby estava junto com o grupo e falou ao comerciante:
- Pode receber, pode receber...
- Mas, Don Isaac, é cheque do trenzinho...
- Pode receber, eu garanto. E tudo acabou bem.
À familia do Don Isaac, o meu abraço. Guajará-Mirim perdeu um grande homem. Um defensor do município.

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