Recebi ontem e-mail da colega jornalista Maríndia Moura explicando que a reportagem exibida no Jornal Nacional de segunda-feira, 11, e comentada por estes Banzeiros, cumpriu pauta vinda da produção do JN, onde a orientação era para mostrar conflitos agrários e um assentamento que deu certo em Rondônia. Tudo Bem. Em Manaus foi mostrado o problema do saneamento básico e da falta de moradia digna, mas também mostraram o potencial das frutas regionais, a Zona Franca de Manaus, as festas e tudo mais. Pará mostrou suas mazelas e a beleza do Ver-o-Peso, e não sei mais o quê. Rondônia mostrou, repito Corumbiara, Roosevelt, a irmã Dorothy e um assentamento, que passou despercebido no meio de tanta desgraça.
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Os conflitos rurais no Brasil e em Rondônia ocorrem por motivação política. Ainda repórter do vetusto Alto Madeira, fui cobrir um destes “Gritos da Terra” e entrevistei um agricultor – que não era o porta-voz do movimento. Ele contou que tinha não me lembro quantos hectares de terra, plantava cacau, café, cana, tinha um pequeno rebanho bovino produzindo leite e carne. A casa dele tinha gerador de energia (a diesel), etc, etc. “E o que o senhor está fazendo aqui?” “O pessoal chamou a gente e a gente veio, tái a mulher e os quatro fio” “E quem está cuidando do seu sítio? Tem outros filhos?” “É os empregados...”.
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PARA TERMINAR
As invasões de fazendas têm um aspecto muito interessante. Numa delas, ocorridas em Rondônia, os ocupantes escolheram milimetricamente uma área que estava em fase de regularização. Não passaram um centímetro para a parte escriturada. Como obter informação sobre isso? Onde é possível saber que parte da fazenda está regularizada ou não? As autoridade, temendo que possam fornecer o cadáver que os movimentos populares tanto precisam, se recolhem à sua covardia. E aí continuamos a ser a terra sem lei.