As regiões periféricas de hoje são herança do surgimento de Porto Velho e seu crescimento desodernado. A diferença é que a periferia daquela época não era separada apenas pela desigualdade econômica. Uma cerca dividia estrangeiros de brasileiros. Além da divisória, a pobreza imperava. Do outro lado, era um pedacinho do primeiro mundo. Tinha até fábrica de biscoito inglês, para que a tradição do chá das cinco fosse mantida.
O fim da cerca da vergonha foi exigida pelo primeiro administrador de Porto Velho, o major Guapindaia, em 1915. Mas, claro, a periferia da cidade continuou crescendo e em 1970 a população era de 40 mil e 20 anos depois saltou para 300 mil habitantes.
Atualmente, segundo o IBGE, a capital de Rondônia conta com quase 370 mil habitantes e a expectativa de muita gente é de que na próxima contagem a população se aproxime dos 500 mil. É só andar pela cidade para ver que a periferia está esticando. Famílias inteiras se ajeitam como podem em casinhas improvisadas. Até entre os sem-teto têm aqueles que ostentam bens que geralmente estão presentes do outro lado da divisória. (Foto Marcela Ximenes)
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