Quem viaja de avião já deve ter tido a triste experiência de ter um vizinho na poltrona de trás que bate o pé no encosto da sua cadeira ou, ao se levantar para ir ao banheiro, puxa o encosto para trás de solavanco, justamente na hora que você pegou no cochilo.
Na ida para São Paulo, no domingo, viajei próximo a quatro homens que se conheciam e não pararam de falar nos muitos quilômetros que separam Porto Velho de Brasília. O cara que se sentou atrás de mim, em particular, era o mais agitado, parecia que tinha dentro de si um "bicho-carpinteiro". Batia no encosto, batucava na mesinha de lanche, acendia e apagava a luz, fazia piada com a voz do piloto ("Esse cara nem precisa de microfone. O fidaégua fala alto prá *!")
Enquanto eu lia as revistas que levei para bordo, não me importei. Mas quando comecei a cochilar - o que raramente acontece quando viajo - e o cara deu um solavanco na poltrona, eu me levantei e o olhei com a mesma expressão que olho para o JP quando ele apronta.
Funcionou. Por vinte minutos o cara ficou quieto. Depois voltou a se mexer até o avião aterrissar.
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