3 de abr. de 2009

DA MESMA ÉPOCA

Oi Zé,

O nome da cidade estampada na placa do carro que estava estacionado em frente à Saesa, é: ES – Venda Nova do Imigrante. Um carrão, por sinal, Corolla. A cidade fica incrustada na serra, produz morangos e tem atrativos turísticos peculiares à sua geografia.
Zé, essa placa fez-me pensar na insustentável leveza do ser, no desejo de ir atrás do novo, de estar aqui e ali, de procurar, caçar, descobrir. Antes de pesquisar as características geográficas da cidade, julguei – pelo nome – que o dono desse carro estava no local certo. O cosmopolitismo de PVH e a pujança mercantil são portas para imigrantes audazes (desculpe a redundância, pois para imigrar é preciso ser audaz). Porto Velho destoa da maioria das capitais, quando o quesito é cosmopolitismo. Nós, que viemos de estados tradicionais como MG e GO, sabemos como são tratados os chegantes. Aliás, mesmo os nativos (palavra nunca usada para aqueles que nasceram em MG e GO) são investigados minuciosamente antes do verdadeiro convite para o café com pão de queijo. Como Minas e Goiás, a maioria dos estados brasileiros são bairristas. Excetuando-se alguns do Nordeste.
Nossinhora, Zé; Porto Velho açambarca pessoas de todos os lugares, há décadas. Um mundo novo é construído. Aqui é o imponderável. Talvez esse seja um dos incrementos – não objetivos – para a efervescência portovelhense. Gostaria, um dia, de poder conjecturar sobre a alma portovelhense... Ainda não me sinto qualificado.
No entanto, embora Nova Venda dos Imigrantes tenha um nome próprio para imigrantes, pareceu-me circunscrita à sua primeira colonização. Veja só: revista turismo.
Fato que não ocorre com nossa capital, que durante toda a sua história esteve aberta a projetos empresariais, pessoais, políticos, econômicos e sociais.
Na comunicação, então, acho que é única. Quantos jornais impressos diários existem em BH e MG? Quantos são os sites de notícias de MG e BH? Há algo parecido com PVH – RO, em termos de mídia? O que significa isso? O Que Swingnifica Isso?

Zé Carlos, desculpe a ladainha, mas vislumbro em você eco para considerações desse tipo. Se não escrevesse isso para você, não teria com quem compartilhar.

Abraço,

Jr.

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