Há muito tempo, quando os políticos passavam da Editoria de Política para a de Polícia era devido a algum crime de sangue. Homicídios dolosos ou culposos, atropelamentos, alguma coisa passional relacionada a mulheres e pouco além disso.
Mais recentemente os crimes passaram a ser os de colarinho branco, que é o assalto ao dinheiro público. As denúncias feitas pelo Ministério Público e pela sociedade, via Imprensa, tem crescido proporcionalmente ao crescimento do senso crítico da sociedade. Em Rondônia vimos estas mudanças de editorias com frequência, desde os casos Raquel Cândido e Jabes Rabello até Valter Araújo, passando pelo assassinato do senador Olavo Pires - este vítima -, há 22 anos.
Foi pensando nesta história toda que me lembrei de uma conversa antiga: Eurípedes Miranda era secretário de Segurança no governo Jerônimo Santana e já almejava uma candidatura a deputado estadual. Tentava colocar releases com as ações da então SSP nas páginas "nobres" dos jornais da época. Em vão. Todas as notícias iam, invariavelmente, para as páginas de polícia. Um dia o secretário Miranda perguntou-me:
- Zé, como posso mudar de editoria?
- ???
- Tudo que eu faço, visita, inauguração, só sai na página de polícia... Eu quero sair lá na frente [página 3, imagino]..."
- Bom secretário, é a sua atividade... Tem que visitar as redações e conversar com os editores...
Não sei se ele fez isso, mas eleito deputado, mudou de editoria.
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