7 de jun. de 2013

CALE-SE!!!

Ao receber, na cara, uma descarga de um caminhão velho*, agora cedo, lembrei-me de um episódio havido e passado no Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa (MG), quando eu servia à FAB. Eram os anos 1970 (entre 1977 e 79, não sei precisar).
Eu estava no hall do prédio de comando, onde trabalhava, e cantarolava "Cálice", do Chico Buarque e Gilberto Gil, que fazia sucesso nas vozes de Chico e Milton Nascimento. Nisso passa por mim o tenente Cruz, da Infantaria, que me advertiu:
- O que você está cantando? Esta música é subversiva!
- Mas tenente, foi Jesus Cristo quem disse quando estava morrendo...
- Não pondere! Esta música é proibida aqui dentro [do quartel]!
- Sim, senhor. Desculpe.
Fiquei sorrindo por dentro. Era um subversivo e continuo sendo.
* Em um verso da música "Cálice", diz-lá: "(...) Quero cheirar fumaça de óleo diesel (CALE-SE!) (...)", aí a associação de ideias díspares...

2 comentários:

Êidina Queiroz disse...

Oi ZeCarlos, quanto tempo ne? Só acho que tem uma grande diferença do teu tempo de quartel para hoje: o simples fato de você PODER DIZER, PODER DECLARAR, PODER CANTAR E PODER CALAR. Abraço fraterno.

José Carlos de Sá Junior disse...

Apareceu, hein, Êidina? Tudo bem com você?
Você tem razão. Não inventaram nada melhor que a Democracia.Abraços