8 de fev. de 2015

UM CHURRASCO 'QUENTE'


Ao ver a foto acima do renomado fotógrafo Marcos Santilli retratando um churrasco realizado em Vilhena, em 1972, lembrei-me de um evento que participei fazendo a cobertura jornalística pelo Decom, quando acompanhava o então vice-governador Assis Canuto (Governo Piana 1991/1995), na inauguração da PCH Castaman, construída no rio Enganado, em Colorado do Oeste.

A solenidade foi demorada. As "centenas" de autoridades presentes queriam discursar e o tempo foi passando, a fome aumentando, todos sentindo o cheiro do churrasco (os churrasqueiros estavam trabalhando desde cedo e os espetos com carne assada eram armazenados em um barracão improvisado, construído com madeira e lona preta).

Discursos encerrados, foi servido o almoço para as autoridades, enquanto se tentava organizar uma fila para que os demais convidados - o povo - recebessem o prato com arroz, farinha e macaxeira e um espeto de carne. "Isso não vai dar certo", disse ao Rosinaldo Machado, que também fazia parte da equipe do Decom como fotógrafo e estava sentado ao meu lado.

Parece que eu tinha dito a senha. Começou um tumulto com pessoas tentando invadir o depósito de churrasco e os poucos policiais que estavam a serviço no local precisaram usar os espetos dos churrascos para controlar o motim. Eram varadas para todo lado e o locutor contratado para animar a festa, tentando acalmar os famintos.

O problema foi contornado. Quando retornávamos, passamos por dezenas de famílias que iam  para casa levando, aos ombros as "bolas" de carne assada espetadas em longos espetos.

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